Haitiano revela percalços para adaptação no Brasil

Pascal relatou a experiência de viver no Brasil

Pascal relatou a experiência de viver no Brasil

Morando em Caxias do Sul há um ano e oito meses, o haitiano Teucheler Pascal, 30 anos, demonstra que ainda não se adaptou à cultura da região. Estudante de Engenharia Civil, ele saiu do Haiti deixando a esposa e uma filha, hoje com pouco mais de três anos. A mudança tinha por objetivo encontrar um lugar com melhores condições para viver e trabalhar. O próximo objetivo de Pascal é trazer a família para viver com ele no Brasil.

Pascal

As diferenças entre Brasil e Haiti foram sentidas logo de início. “Era inverno quando cheguei em Caxias. E nesse mesmo dia, eu quis voltar”, lembra o imigrante. Com o vocabulário ainda escasso, Pascal tenta apreender o novo idioma, muito diferente das línguas oficiais do Haiti, o crioulo e o francês.

>> Português para haitianos

O haitiano destaca também o preconceito que já sofreu neste período em que reside no Brasil. “Há uns quatro meses, no bairro de Lourdes, um morador de rua correu atrás de mim com um pau, dizendo que nunca tinha me visto passando por lá. Eu não respondi nada, mas chamei a polícia para conversar com ele. Outra vez, um conhecido meu, também haitiano, teve sua casa revistada por um policial. Uma vizinha havia sido assaltada e disse que ‘foi o negro que mora naquela casa’, apontando para o lugar onde ele vivia”, lembra.

Atualmente, Pascal é presidente da Associação dos Imigrantes Haitianos de Caxias do Sul. O objetivo da comunidade é auxiliar os imigrantes vindo do Haiti que estão chegando a Caxias do Sul. “Nós ajudamos a arrumar uma casa, um emprego e a aprender o idioma”, conta.

Um pouco mais sobre o Haiti

O Haiti é um país do Caribe. Em francês o país é chamado de La Perle des Antilles (A Pérola das Antilhas), por conta de causa de sua beleza natural. Tanto em área quanto em população, o Haiti é o 3º maior país do Caribe, ficando atrás apenas de Cuba e da República Dominicana.  O país possui 27.750 km² e pouco mais de 10 milhões de habitantes, sendo que pouco menos de um milhão deles vivem na capital, Porto Príncipe. Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDM), o Haiti é o país mais pobre da América.

Quando questionado sobre o seu país de origem, Pascal afirma que a educação é um dos pontos fortes do Haiti. Quando chegou ao Brasil ficou admirado com o fato dos brasileiros se preocuparem mais em trabalhar do que com os estudos. “A educação é muito forte no Haiti. Lá primeiro as pessoas estudam e depois trabalham, porque se não forem para a escola não vão conseguir um futuro bom”, comenta.

Vídeo: Teucheler Pascal conta sobre as dificuldades, a saudade da família e a vinda para o Brasil.

Un Haïtien DÉVOILE ses mésaventures pour s’adapter au Brésil

Habitant à Caxias do Sul il y a un an et huit mois, l’Haïtien Teucheler Pascal, 30 ans, démontre qu’il n’est pas encore adapté à la culture locale. Étudiant en génie civil, il a quitté Haïti, laissant sa femme et sa fille, maintenant âgée d’un peu plus de trois ans. En immigrant, il espérait trouver un endroit offrant des meilleures conditions de vie et de travail. Le prochain but de Pascal est de faire venir sa famille au Brésil pour vivre avec lui.

Les différences entre le Brésil et Haïti ont été rapidement repérées. « C’était l’hiver quand je suis arrivé à Caxias et, ce jour-là, je voulais déjà m’en aller », s’en souvient l’immigrant. Disposant d’un vocabulaire encore assez limité, Pascal essaie d’apprendre la nouvelle langue [le portugais], très différente des langues officielles d’Haïti, le créole et le français.

L’Haïtien souligne également le préjugé dont il a déjà été victime pendant cette période de résidence au Brésil. « Il ya environ quatre mois, dans le quartier Lourdes, un sans-abri m’a couru après avec un bâton, en disant qu’il ne me avait jamais vu dans le coin. Je n’ai rien répondu, mais j’ai fait appel à la police pour qu’elle lui parle. Dans une autre occasion, une de mes connaissances, un Haïtien comme moi, a eu son domicile fouillé par un policier. Une voisine avait été volée et a déclaré que [le coupable] “était le Noir qui vivait dans cette maison-là, en pointant vers l’endroit où l’homme vivait », raconte-t-il.

Aujourd’hui, Pascal préside l’Association des immigrants haïtiens à Caxias do Sul, dont le but consiste à soutenir les immigrants provenant d’Haïti pour s’établir à Caxias do Sul. « Nous aidons les gens à trouver une maison, un emploi et à apprendre la langue », dit-il.

Un peu plus sur Haïti

Haïti est un pays des Caraïbes. En français, le pays est surnommé La Perle des Antilles, grâce à sa beauté naturelle. Après Cuba et la République Dominicaine, Haïti est le troisième pays des Caraïbes en territoire et population. Le pays s’étend sur 27 750 km² et sa population est estimée à plus de 10 millions d’habitants, dont un peu moins d’un million d’entre eux vivent dans la capitale, Port-au-Prince. Selon l’indice de développement humain (IDH), Haïti est le pays le plus pauvre des Amériques.

Lorsqu’on le questionne sur son pays d’origine, Pascal affirme que l’éducation est l’un des points forts d’Haïti. Dès qu’il est arrivé au Brésil, l’homme a été frappé par le fait que les Brésiliens préfèrent le travail aux études. « L’éducation est très importante en Haïti. Là-bas, les gens étudient d’abord, puis ils travaillent. Ils n’auront pas un bon avenir sans avant aller à l’école », commente-t-il.

Tradução de Taís Grün.

Deixe um comentário